terça-feira, 7 de abril de 2009

Comemorar? o que mesmo?














Hoje é o Dia do Jornalista, mas para comemorar o que?
Os salários abaixo do piso? As jornadas muito acima de 5h diárias? As ameaças recebidas? A competição de mercado com quem não tem um diploma ( e não por falta de recursos mas por falta de interesse)?
Seria um dia para comemorar a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão. Contudo, volta-se a velha ‘liberdade de empresa’ e que ao meu ver não chega nem perto de ser tão ruim como a falta de liberdade de expressão.
Comemorar as ameaças recebidas do Poder Público? ‘se você falar qualquer coisa que denigra minha administração eu corto os investimentos !’
Comemorar uma verdade que é maqueada ou ignorada diariamente a favor do dinheiro no bolso (dos patrões, é claro).
Comemorar o valor de uma mensalidade que é mais caro do que o piso que muitos estados pagam e que todos os patrões sequer imaginam pagar?!
Ganha-se menos do que se gastou para estudar. Existe motivo para um Dia do Jornalista?
Jornalistas que devem se calar por pressão, opressão e nunca por vontade própria, mas que alguns mais ‘espertos’ se vendem e calam-se espontaneamente para garantir o salário-miséria no fim do mês.
Como podemos comemorar uma data assim quando muitos com diploma na mão, pós-graduados estão ganhando salários mínimos (quando estão empregados, obviamente), escrevem muito bem, sabem apurar como ninguém e devem se sujeitar aos padrões para ‘não perder o emprego’.
Seria mesmo um emprego? Seria isso que todos os profissionais sonharam quando preencheram a ficha de inscrição do vestibular de uma universidade que oferece mais 10 outros cursos?!
E a Assessoria da Empresa? Porque de Imprensa é utopia, né?! O papel dos assessores tem sido dificultar o trabalho da imprensa e maquear, esconder (óbvio) tudo que possa ser de interesse público.
Poderia ou deveria culpa-los? O caminho se torna único quando as redações (de jornal, TVs e rádios) se tornaram reduzidas a quase-nada e os salários inferiores aos mínimos.
E cadê o jornalismo correndo nas veias no lugar do sangue?!É frustrante saber que muitos preenchem uma inscrição de vestibular porque querem e A-D-O-R-A-M ‘aparecer na televisão’, mas desconhecem o que é um dia-a-dia e tampouco sabem o que é uma notícia, quem dirá produzi-la e leva-la ao conhecimento do público.
E a pergunta – típica de jornalistas de verdade – persiste: o que comemorar?

4 comentários:

  1. U-A-U

    com a boca no trombone!!!!!!
    TE AMOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
    TO MORRENDO DE SAUDADEEEEEEEE!!!!!!!!!!!!!!

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  2. Jéhhh A-D-O-R-E-I, você retratou muito bem a nossa realidade. Pois muitos "GLAMOURIZAM" este profissão e só veem como ela é se ele vira um jornalista ou tem um amigo ou parente na profissão. aí sim caem na real.
    Para ser um jornalista hoje tem que ter paixão pelo que faz, pois pelo qque ganha não da para ser.
    EU TENHO PAIXÃO.

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  3. fro, concordo com tudo q vc disse. Ainda bem q eu amo ser jornalista rs, pq ngm merece o salario q nos pagam e o stress que somos submetidos!
    Mas veja o lado bom: Top, Top, TOp, Top!

    é top. é top, é top;....haha....amei nosso almoço!

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  4. Tudo o que lida com a verdade tem um quê de sagrado. E tudo o que é sagrado, tentam profanar. Lidar com verdades envolver poder. E todo poder eles querem ter. Procurar verdades nunca foi fácil, lidar com elas nunca foi fácil, aceitá-las nunca foi fácil, transformá-las nunca foi fácil.

    "They must find it hard to take Truth for authority who have so long mistaken Authority for Truth." Gerald Massey

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